quarta-feira, 21 de novembro de 2007

Brigitte Beréu


Está na carta: a primeira característica do povo destas terras a chamar a atenção do olho europeu era o fato de não existir preocupação alguma em se esconder as "vergonhas". E, realmente, Caminha não errou ao comunicar tais "absurdos" ao rei português. Com certeza o melhor modo de sintetizar o perfil brasileiro se encontra na expressão "sem-vergonha". Não só no sentido pejorativo (safado, sem caráter), mas também no que diz respeito a virtudes típicas desta gente. Aqui não há vergonha em se abraçar e beijar em público, sambar nu no carnaval ou gritar baixarias em estádios de futebol. Não há vergonha em ser de religião X, cor Y ou classe Z. Não há vergonha em ser potiguar, nordestino, tupiniquim, latino americano ou simplesmente um ser universal. Não há vergonha em ser feliz ou rancoroso, de se estar amando ou execrando. Não há vergonha Brigitte Beréu é uma banda sem-vergonha. Desde "beréu", ambiente bem caracterizado pela pouca-vergonha, a "brigitte", codinome mais comum entre os profissionais que vivem de "alugar" suas "vergonhas", o(a) BB busca sempre mostrar que não tem vergonha de ser o que é. Não tem vergonha, enquanto banda de Rock, de explorar ritmos como Samba, Reggae, Ragga, Baião, Frevo, Axé, ou qualquer outro estilo não comum às guitarras distorcidas e às batidas fortes. Não tem vergonha, enquanto banda alternativa, de explorar temas como amor, saudade, amizade, e outros sentimentos que os jovens dos anos noventa, amantes de sons pesados, têm vergonha de cantar Não tem vergonha, enquanto banda popular, de explorar questões como a miséria, desemprego, repressão social, conflitos raciais ou qualquer outro assunto polêmico. Não há vergonha. Pois que a humanidade se assuma enquanto cabaré e não tenha vergonha de se aceitar. Que se acabem os temores, os medos, os pudores, e viva-se a "sem-vergonhisse". Sem-vergonhas de todo o mundo, uni-vos!!!

desdo tempos de neves...