quinta-feira, 26 de junho de 2008

Que cidade é esta, em que tantos vivem, mas que só você vive, que só você vê? É sua a cidade dos que olham para cima? É sua a cidade dos que olham para o chão, para as calçadas, para os degraus? Ou a cidade dos que não olham, dos que não vêem? A sua é a cidade em que a barriga pesa até libertar uma nova vida, ou aquela em que não se pode falar em barriga? Conte como é a cidade dos que se dóem de amor e a das para quem o ato de amar dói. Vamos ler a cidade dos que ouvem outros sons e a dos que não ouvem som algum. A dos que tocam sons que não se ouve e a dos que não emitem sons. Como é a sua cidade, se sua cidade é sua cor? Como é sua cidade, encoberta pelo olhar viciado do cotidiano, escondida pela indiferença ou apenas tímida, recôndita: cidade invisível.